Proposta de Requalificação do Espaço Público da Praça da Corujeira e Sua Envolvente, no Porto

Concurso de Conceção – 3º lugar

Urbanismo e Arquitetura

Cliente: GO Porto
Ano: 2020
Equipa: HLand

Projeto que contempla a requalificação da área da Praça da Corujeira, Rua Nova de Corujeira, Rua Central de Corujeira, Rua de Ferreira dos Santos, Rua das Escolas e Rua de S. Roque da Lameira, consolidado a Praça da Corujeira como “uma centralidade renovada, dinamizadora de novas relações urbanas entre os espaços envolventes e promotora da melhoria dos sistemas de mobilidade e acessibilidade”, e visando uma melhor integração da praça “no sistema de acessos ao centro da cidade a partir do Porto Oriental, potenciando e valorizando a sua ligação à malha envolvente e afirmando este lugar como um dos principais espaços lúdicos e turísticos da Cidade e como um ponto central das novas dinâmicas urbanas do território de Campanhã.”

A estratégia de intervenção apresentada a concurso simboliza o reconectar da Corujeira à Cidade e visa colocar a Corujeira no mapa turístico das rotas da Camélia, da arquitetura e do recreio e lazer, destacando-se as seguintes opções projetuais:

  • Recriação de um Praça Jardim franca (com aproximadamente 2,3 ha) para o convívio, recreio, lazer e desporto, que certamente será estruturante da organização deste lugar e marcante para a sua referenciação e orientação por parte da comunidade portuense e dos seus visitantes;
  • Reordenamento do trânsito automóvel, criando uma extensão da Praça até à Junta de Freguesia, ao matadouro e à zona a requalificar dos STCP (nomeadamente ao corredor verde ribeirinho a renaturalizar no âmbito das NbS), através da sobrelevação desses arruamentos até à cota do passeio, o que permitirá privilegiar o peão, conferindo-lhe uma utilização mais segura;

 

  • Gestão da mobilidade pedonal, ciclável e viária, com segregação do trânsito automóvel da zona norte e poente da praça, quer parcialmente a nascente, nas imediações da Junta; Enquanto a via paralela ao arruamento poente da praça não estiver executada (nos terrenos dos STCP), o autocarro vai ter de continuar a passar pela rua nova da Corujeira e pelo arruamento poente, sendo que transitará para o outro arruamento aquando do seu funcionamento; Por conseguinte, estes arruamentos funcionarão provisoriamente como zona 30, sendo que posteriormente transitam para zonas de coexistência, tal como se deseja para os restantes arruamentos condicionados da proposta; Ainda nesta temática, são de salientar as ciclovias dedicadas criadas, nomeadamente a da Rua das Escolas, que se pretende de utilização diária, bem como o corredor dedicado de autocarro na Rua de São Roque da Lameira, principal artéria da área-estudo para o transporte coletivo, que se prevê funcionar da manhã no sentido de entrada na cidade do Porto e, de tarde, no sentido da saída da Cidade, uma vez que são estas as necessidades e porque é fundamental manter um sentido de trânsito (oposto ao da Rua das Escolas) nesta rua de S. Roque da Lameira;
  • Manter a forte arborização da Praça Jardim, que é a sua imagem de marca no contexto da cidade e, mesmo supramunicipal; Inserir arborização nos arruamentos e alargar os passeios, o que irá contribuir para um modo de vida mais saudável e mais sustentável da população residente e da que se pretende atrair, contribuindo ainda para o sequestro de carbono e atenuação das alterações climáticas na sua devida escala;

 

  • Equipar de forma diversificada este Jardim da Corujeira, não só com equipamentos para a prática desportiva, como de recreio e lazer, bem como com o edifício multifuncional de apoio ao jardim, que inclui o tradicional espaço de restauração e bebidas, mas também uma forte componente social, educativa e cultural, de modo a que permitam uma utilização para todos, abrangente e eclética, ou seja, uma utilização por diferentes camadas sociais e faixas etárias, pessoas com ou sem incapacidades, bem como para atividades diversas, de convívio, recreio e lazer mais ou menos ativo, atividades culturais e desportivas;

 

  • Utilização de pavimentos permeáveis, duradouros e de fácil manutenção, sempre que possível, de modo a reforçar a sustentabilidade ambiental e financeira da intervenção;
  • Qualificar a área com um edifício de apoio singular e icónico na cidade, o edifício da flor da cidade – ‘Camélia’, com funções bastante diversificadas, de modo a dinamizarem constantemente a Praça Jardim e a atrair turistas, constituindo assim uma imagem forte, de referência – Landmark e uma das essências desta nova centralidade, que indiscutivelmente dignificará a Corujeira;
  • A Praça Jardim considerada como área de estadia a privilegiar faz parte dos percursos pedonais e cicláveis (geralmente localizados em zona 30 ou zona de coexistência) e permite criar uma rede de equipamentos complementares ao edifício multifuncional, vocacionados para diferentes grupos etários ou públicos diferenciados em função dos seus interesses e condições físicas. Todos estes percursos e zonas de estadia respondem às obrigações impostas pela mobilidade global, muito nomeadamente pela mobilidade condicionada.

Privacy Preference Center